Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri é diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas, presidente do Conselho Curador da Fundação Faculdade de Medicina.
Nascido em São Paulo, em 2 de Dezembro de 1942, Luiz Karpovas formou-se pela Faculdade de Medicina da USP em 1968, onde também realizou sua residência médica, direcionando-se logo para a área de Radiologia. Consolidou
sua carreira profissional ao longo dos anos como radiologista, embora também atuasse nas áreas de ultrasonografia e tomografia computadorizada. Em sua clinica privada, foi sempre preocupado com a qualidade e com o respeito ao paciente. Mas, foi na defesa dos interesses da classe e da Radiologia, que ele dedicou a maior parte de sua historia e que ficará marcada em sua biografia. Em 1978 foi eleito para o cargo de tesoureiro da Sociedade Paulista de Radiologia, iniciando, juntamente com uma plêiade de radiologistas, da Capital e do Interior, uma profunda reformulação nos padrões éticos, técnicos e profissionais da especialidade. Participou ativamente da estruturação da entidade, onde se elegeu presidente por duas gestões. Colaborou na fundação do Jornal e da Revista da Imagem. Participou ativamente, desde o início dos movimentos que revitalizaram o Clube Manoel de Abreu e o Clube Roentgen, assumindo uma posição de liderança no meio radiológico, que iria exercer até sua morte.
Na atividade associativa galgou todos os postos: presidente da SPR, do Colégio Brasileiro de Radiologia, secretário da Associação Médica Brasileira e presidente do Colégio Interamericano de Radiologia, desempenhando um papel atuante nos movimentos de reivindicação, de valorização da Radiologia, preocupado que era com os valores éticos, com desagregação da classe e da profissão. Nos últimos 26 anos foi imposible dissociar a figura de Karpovas das iniciativas que contribuíram para o crescimento da especialidade e dos movimentos que buscam colocar a Radiologia no local que ela realmente merece estar. Transformou os veículos da especialidade, o Jornal da Imagem, onde era editor responsável, e, posteriormente, o Boletim do CBR, nas principais tribunas em defesa da classe. Por tudo isso, conquistou o respeito da categoria em todo o País. No Instituto de Radiologia, onde tivemos a oportunidade de com ele conviver mais próximo a partir de 1997, também deixou sua marca. Como diretor técnico do Serviço de Radiologia desenvolveu um trabalho de integração com os diversos setores do Diagnóstico por Imagem, transformando-se num importante elo de ligação, através do qual iniciativas de grande valor foram construídas e bem sucedidas. Com os residentes, nas reuniões que coordenava às segundas feiras, transformava- se no mestre que ensina as primeiras letras e aponta caminhos. E foi, sem dúvida, muito importante na readequação do papel do Centro de Estudos Rafael de Barros, a quem dedicou muito do seu tempo nos últimos momentos. Deu nova dinâmica, com rigor e com seu prestigio pessoal, alavancou recursos e iniciou um novo ciclo que, infelizmente, não pode ver concluído.
Finalmente, dedicou o melhor de seu esforço (e essa foi sua grande marca e exemplo) à luta incessante contra os maus profissionais, fazendo disso a sua bandeira e a bandeira da Radiologia.